quarta-feira, 21 de maio de 2008

AVALIAÇÃO EM CALL: MÚLTIPLOS OLHARES

Reflexão sobre as diversas perspectivas de Avaliação no Universo do Ensino de Línguas Mediado por Computador.

Quando se fala em Avaliação, a primeira concepção que surge é a de um processo de mensuração, onde, ao final de um período ou processo, o conhecimento adquirido é medido através de instrumentos predominantemente quantitativos. Todavia, em se tratando de Ambientes Virtuais de Aprendizagem ou de Educação à Distância é preciso considerar as diversas faces que a Avaliação pode assumir. É possível que o objeto a ser avaliado seja o próprio ambiente, as ferramentas ali contidas ou mesmo a interação que nele ocorre, envolvendo tecnologia, projetos, professores e alunos.

Se partirmos para a Avaliação dos Ambientes, aspectos como a viabilidade e validade pedagógica das ferramentas serão fatores preponderantes. Será necessário definir objetivos e critérios específicos, considerando o público que interagirá nesse ambiente, a escolha da tecnologia ideal e sua adaptabilidade ao currículo da instituição (Levy & Stockwell, 2006). Também é relevante observar que a Avaliação de Ambientes Virtuais de Aprendizagem pode estar focada em processos de construção de softwares e que o resultado dessa análise pode ocasionar ações no sentido de se efetuar adaptações e melhorias.

Se mudarmos porém, nossa ótica, voltando nossos olhares não para os Ambientes em si, mas para a grandeza das trocas que ali ocorrem, veremos que a Avaliação assume outra forma, agora com a capacidade de acompanhar e conduzir a construção individual do conhecimento, que se constitui através das interações que ocorrem entre os sujeitos envolvidos (Bassani & Behar, 2005)*. Aqui a avaliação deve basear-se na análise integrada do conteúdo da mensagem com a participação do aluno, sob aspectos quantitativos e qualitativos. Os aspectos quantitativos referem-se ao número de participações dos sujeitos nos ambientes e os aspectos qualitativos relacionam-se ao valor e fundamentação das mensagens postadas. O papel do professor então torna-se peculiar: ele tem a missão de mesclar aspectos quantitativos e qualitativos, considerando a possibilidade de intervenção pedagógica.

Avaliação envolve decisão e dentro das perspectivas de CALL, requer que o avaliador se valha de critérios combinados, considerando atitudes dos sujeitos envolvidos, tecnologia aliada à pedagogia e a complexidade existente nas relações estabelecidas.

Joelma Castro Rodrigues

* Para maior compreensão do tema “Análise das interações em Ambientes Virtuais de Aprendizagem: uma possibilidade para avaliação da aprendizagem em EAD” sugiro a leitura do artigo de mesmo nome e autoria das professoras Patrícia Bassani e Patrícia Behar.

Referências Bibliográficas:

LEVY, Mike; STOCKWELL, Glenn. Evaluation. In: ______. CALL dimensions: options and issues in computer-assisted language learning. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates, 2006. 310p., p. 10-39.

BASSANI, Patrícia B. Scherer. “Análise das interações em Ambientes Virtuais de Aprendizagem: uma possibilidade para avaliação da aprendizagem em EAD”, Porto Alegre, 2006.


2 comentários:

Rômulo disse...

Caros colegas,

Essa síntese de avaliação em EAD é muito oportuna. Sumariza tudo que se tem lido e estudado sobre avaliação. Achei interessante o aspecto quantitativo e qualitativo, uma vez que às vezes achamos que um certo ambiente virtual oferece todas as ferramentas possíveis para que um curso seja perfeito, mas existe apenas a quantidade e a qualidade fica a desejar. Felizmente isso não tem ocorrido em nosso curso!!
Abraço

joelma disse...

Rômulo...

Mais uma vez obrigada por sua contribuição que tem sido não só valiosa"qualitativa" mas também numerosa "quantitativa" Rs...
A Avaliação das interações nos AVAs, sob o aspecto da qualidade das postagens é algo que me cahmou muito a atenção!

abraço!

Joelma